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Orientações de Saúde

Publicado: Terça, 06 de Agosto de 2024, 09h25 | Última atualização em Quinta, 07 de Novembro de 2024, 09h18

Índice de Artigos

Nesta seção você encontrará informações e orientações de saúde.


As infecções de vias aéreas superiores (IVAS) são extremamente comuns, no geral possuem etiologia viral e são autolimitados mas representam um dos principais motivos na prescrição desnecessária de antibióticos.

 

Definições

Resfriado – É causado por um vírus, na maioria das vezes Rinovírus, os sintomas presentes podem costumam ser leves, como obstrução nasal, rinorreia (corrimento nasal), dor na garganta, febre baixa, tosse seca e mal-estar.

Gripe – Infecção causada pelo vírus Influenza, este patógeno possui um comportamento sazonal, preferindo o inverno. São altamente mutáveis, e por isso ocorre as epidemias e surtos. Inicia-se com febre alta, tosse seca, dor de garganta, acompanhado de mialgia (dor muscular), cefaleia e artralgia (dor nas juntas). Os sintomas costuma durar 7 dias, e a febre desaparecendo no terceiro dia.

Laringite – A inflamação da mucosa da laringe, recebe o nome de laringite e cursa com disfonia (rouquidão), é causada por etiologia viral, podendo ser o vírus da Gripe, Rinovírus, Caxumba ou Sarampo. Os sintomas associados dependem da etiologia, quando causado pelo vírus do resfriado comum, obstrução nasal, rinorreia e dor na garganta são relatados pelo paciente.

Rinite – A rinite é a inflamação da mucosa nasal, costuma ser de etiologia alérgica e clinicamente se apresenta com rinorreia, obstrução nasal e pode estar associado a asma e dermatite atópica.

Sinusite – Definido como obstrução do óstio de drenagem dos seios faciais. Frequentemente cursa com tosse produtiva ou não, sensação de aperto na região frontal da cabeça, dor a palpação dos seios faciais e presença ou ausência de febre. Tendo como grande parte das vezes causa viral, sendo desnecessário o uso de antibióticos.

 

Diagnóstico de resfriado comum

•Início gradual com evolução autolimitada, podendo durar de 3 a 7 dias;

Febre baixa e intermitente;

•Presença de obstrução nasal, coriza, espirros;

•Dor na garganta e/ou rouquidão;

•Tosse seca inicialmente depois produtiva;

•Perda de apetite;

•Mal-estar geral, indisposição.

 

Conduta

No geral, as IVAS são autolimitadas, são utilizados medicamentos sintomáticos para amenizar o impacto no dia a dia do paciente. Comumente se utiliza analgésicos simples como dipirona ou paracetamol, associado a anti-inflamatórios não esteroides ou glicocorticoides, podendo ser atribuído anti-histamínicos se histórico alérgico, descongestionantes nasais, antitussígeno e até mesmo o mel.

As medidas não farmacológicas são extremamente importantes, cessar tabagismo (passivo ou ativo), evitar contato com potenciais alérgicos (pelo de animais, poeira, pólen) e manter uma boa alimentação. O tratamento com antibiótico não é utilizado de forma empírica na rotina, critérios da mudança do padrão da secreção nasofaringea não são parâmetros para a utilização de antibiótico.

No caso da Gripe, o Ministério da Saúde recomenda tratamento com antiviral (Oseltamivir) para pacientes que possuírem fatores de risco, citamos como exemplo os imunossuprimidos, gestantes, crianças menores ou iguais a 2 anos, idosos maiores ou iguais a 60 anos, pacientes com nefropatias ou hepatopatias.

A vitamina C e o zinco não são utilizados no plano terapêutico, evidências de que o uso suplementar reduza a incidência de IVAS não está comprovado. Com relação a vitamina D, há estudos conflituosos a respeito do tempo de duração da sintomatologia nas IVAS, sendo o uso não recomendado.

O exercício físico e uma boa alimentação são essencial para funcionamento adequado e efetivo do sistema imune.

 

Ações preventivas

Por fim, a atenção básica tem como papel a prevenção primária, com a educação em saúde e proteção específica, deste modo, ações educacionais como lavagem de mãos, cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar contato, não compartilhar objetos de uso pessoal e uso de máscara facial, são eficazes na redução da transmissibilidade dos agentes etiológicos.

A vacinação também é eficaz na prevenção das infecções, no Sistema Único de Saúde as vacinas recomendadas no calendário vacinal são a vacina contra o vírus Influenza, contra o Haemophilus influenzae do tipo B, e tríplice bacteriana.

 

Referências

Cadernos de Atenção Básica

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_demanda_espontanea_queixas_comun_cab28v2.pdf

 

Guideline IVAS – Guideline IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores

https://www.aborlccf.org.br/imageBank/guidelines_completo_07.pdf

 

Tratado de medicina da família e comunidade – Gustavo Gusso, José M. C. Lopes, Lêda C. Dias – 2ª edição, volume 2, capítulo 154.


 depressão

É um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral. De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico. De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade.

Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens.

Fatores de risco

• Histórico familiar

• Transtornos psiquiátricos correlatos;

• Estresse crônico;

• Ansiedade crônica;

• Disfunções hormonais;

• Dependência de álcool e drogas ilícitas;

• Traumas psicológicos;

• Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias entre outras;

• Conflitos conjugais;

• Mudança brusca de condições financeiras e desemprego.

Causas

• Genética: estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a existência de um componente genético. Estima-se que esse componente represente 40% da suscetibilidade para desenvolver depressão;

• Bioquímica cerebral: há evidencias de deficiência de substancias cerebrais, chamadas neurotransmissores. São eles Noradrenalina, Serotonina e Dopamina que estão envolvidos na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor;

• Eventos vitais: eventos estressantes podem desencadear episódios depressivos naqueles que tem uma predisposição genética a desenvolver a doença.

Sintomas

• Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir prazer ou alegria. Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria. Muitos se mostram mais apáticos do que tristes, referindo “sentimento de falta de sentimento”. Julgam-se um peso para os familiares e amigos, invocam a morte como forma de alívio para si e familiares. Fazem avaliação negativa acerca de si mesmo, do mundo e do futuro Percebem as dificuldades como intransponíveis, tendo o desejo de por fim a um estado penoso. Os pensamentos suicidas variam desde o desejo de estar morto até planos detalhados de se matar;

• Anedonia: perda de interesse ou prazer de coisas cotidianas ou de situações que tinha antes;

• Retardo motor, falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento, falta de concentração, queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa;

• Insônia ou sonolência: A insônia geralmente é intermediária ou terminal.

• Apetite: geralmente diminuído, podendo ocorrer em algumas formas de depressão aumento do apetite, com maior interesse por carbohidratos e doces;

• Redução do interesse sexual;

• Dores e sintomas físicos difusos como mal estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia, sudorese.

Diagnóstico

• O diagnóstico da depressão é clínico, feito pelo médico após coleta completa da história do paciente e realização de um exame do estado mental. Não existe exames laboratoriais específicos para diagnosticar depressão.

Prevenção

• Manter um estilo de vida saudável:

• Ter uma dieta equilibrada;

• Praticar atividade física regularmente;

• Combater o estresse concedendo tempo na agenda para atividades prazerosas;

• Evitar o consumo de álcool;

• Não usar drogas ilícitas;

• Diminuir as doses diárias de cafeína;

• Rotina de sono regular;

• Não interromper tratamento sem orientação médica.

Tratamento

• A Depressão é uma doença mental de elevada prevalência e é a mais associada ao suicídio, tende a ser crônica e recorrente, principalmente quando não é tratada. O tratamento é medicamentoso e psicoterápico. A escolha do antidepressivo é feita com base no subtipo da Depressão, nos antecedentes pessoais e familiares, na boa resposta a uma determinada classe de antidepressivos já utilizada, na presença de doenças clínicas e nas características dos antidepressivos.

90-95% dos pacientes apresentam remissão total com o tratamento antidepressivo. É de fundamental importância a adesão ao tratamento, uma vez interrompido por conta próprio ou uso inadequado da medicação, pode aumentar significativamente o risco de cronificação. O tratamento pode ser realizado na Atenção Primária, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nos ambulatórios especializados.


 

Mulher: seu corpo, sua vida. Esse é o tema da campanha do Ministério da Saúde em 2024 para conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero, em alusão ao mês Outubro Rosa. Simbolizada por um autoabraço, reafirmando o protagonismo feminino e valorizando o autocuidado, a campanha foi lançada na terça-feira (01/10) e será veiculada na TV, rádio, internet e em locais de grande circulação de pessoas em todas as regiões do país.
“Essa mobilização coloca nós, mulheres, em primeiro plano, respeitando as nossas individualidades e valorizando o ato de observar o próprio corpo. O mês Outubro Rosa vai além da cor rosa, agregando como cores a diversidade dos tons de pele das mulheres brasileiras”, defende a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçando que a campanha deste ano busca estimular a conexão das mulheres com a saúde, de forma que a prevenção e o diagnóstico precoce sejam algo contínuo em suas vidas e não apenas no mês de outubro.

Segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente em mulheres, após o câncer de pele. Para o Brasil, foram estimados 73,6 mil novos casos em 2024, com um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. É relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima desta idade a incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. O Ministério da Saúde afirma que cerca de 17% dos casos podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis.

O câncer do colo do útero, por sua vez, é o segundo tipo mais comum entre as mulheres no mundo, depois do câncer de mama, e a principal causa de morte por câncer entre mulheres em muitos países. No Brasil, é o terceiro tumor mais incidente na população feminina com 17 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025, correspondendo a uma taxa de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.

Para a ministra Nísia Trindade, é preciso que a mulher conheça seu corpo para conseguir identificar quando algo não está certo e buscar atendimento. “É fundamental mantermos o nosso acompanhamento de saúde em dia. Essa é a melhor maneira de prevenir o câncer e outras enfermidades”, afirma.

Prevenção, diagnóstico e tratamento
Cuidados como a prática de atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo, ajudam a reduzir o risco de câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor. Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. Prevenção, diagnóstico e tratamento estão disponíveis na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). A transmissão ocorre por via sexual, presumidamente por meio de abrasões (desgaste por atrito ou fricção) microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. O uso de preservativos durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
A vacinação contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS. Além disso, o exame preventivo contra o HPV - Papanicolau - é um exame ginecológico comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero.

CÂNCER DE MAMA

⦁ Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor;
⦁ Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
⦁ Alterações no bico do peito (mamilo) como retrações;
⦁ Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
⦁ Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

⦁ Autoexame;
⦁ Exame clínico das mamas;
⦁ Exames de imagem como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética;
⦁ Biópsia, técnica que consiste na retirada de fragmentos do nódulo ou da lesão suspeita.

⦁ Cirurgia;
⦁ Radioterapia;
⦁ Quimioterapia;
⦁ Hormonioterapia;
⦁ Terapia biológica.

CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
Sinais e sintomas

⦁ Pode não apresentar sintomas em fase inicial;
⦁ Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual;
⦁ Secreção vaginal anormal;
⦁ Dor durante a relação sexual;
⦁ Dor abdominal;
⦁ Queixas urinárias ou intestinais.


Diagnóstico
⦁ Exame pélvico e história clínica;
⦁ Exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto por meio de avaliação com espéculo;
⦁ Toque vaginal e toque retal;
⦁ Exame preventivo (Papanicolau);
⦁ Colposcopia;
⦁ Biópsia.


Tratamento
⦁ Eletrocirurgia;
⦁ Quimioterapia;
⦁ Radioterapia.

“O câncer de mama e o câncer de colo de útero são dois dos mais comuns entre mulheres no Brasil. Mas existe cura e prevenção. O diagnóstico e o tratamento para todos os tipos de câncer estão disponíveis no SUS, assim como a vacina HPV, para prevenção do câncer de colo de útero, e a mamografia, para a prevenção do câncer de mama”.

outubro rosa orientacoes de saude

 


Novembro Azul: mês da conscientização sobre o câncer de próstata

O que é?

A próstata é uma glândula do homem, localizada abaixo da bexiga, em frente à porção final do intestino (o reto) e que envolve o canal por onde passa a urina (a uretra). A doença acontece quando as células dessa glândula se multiplicam de forma desordenada e descontrolada, causando tumores, algumas vezes malignos”.

Causas:

Há fatores que podem aumentar o risco do câncer de próstata, entre eles a idade. “Sabemos que a chance de ter a doença aumenta com o envelhecimento do indivíduo, sendo uma doença muito mais frequente após os 60 anos”. A obesidade e o histórico familiar da doença também são aspectos que podem aumentar as chances de surgimento do problema.

Sintomas:

De forma geral, o câncer de próstata pode ser uma doença silenciosa, ou seja, pode não apresentar nenhum sintoma. No entanto, com o avanço da doença, podem surgir alguns sintomas, como dificuldade, dor ou ardência para urinar, sangue na urina e sensação de não esvaziamento completo da bexiga. Em fases ainda mais avançadas, o pacienta também pode sofrer com emagrecimento e dores na coluna, por exemplo.

Diagnóstico:

Para fazer o diagnóstico do câncer de próstata, alguns exames são indicados, como o PSA (exame de sangue que quantificar o antígeno prostático específico) e o toque retal. Ao serem observadas alterações nesses exames e nos de imagem (ultrassom, tomografia e ressonância magnética), existe a necessidade de realizar uma biópsia. “A biópsia é o procedimento que, de fato, vai confirmar o diagnóstico da neoplasia. Nesse procedimento, ocorre a retirada de fragmentos pequenos da próstata, que serão analisados no laboratório para confirmação da doença.

Tratamento:

O tratamento depende diretamente da extensão da doença. No caso de estar localizada, podemos lançar mão da cirurgia, radioterapia combinada ou não à hormonioterapia. Já nos casos mais avançados pode-se ainda indicar quimioterapia, fármacos nucleares, novos agentes hormonais na forma de comprimidos. Todas essas possibilidades de tratamento hoje disponíveis dependem de avaliação médica criteriosa e multidisciplinar.

O papel da atividade física:

A prática regular de atividade física é fundamental para reduzir o risco de desenvolvimento da doença, assim como pode ajudar os pacientes que foram diagnosticados com o problema e estão em tratamento. A literatura científica nos mostra que os exercícios físicos contribuem para uma melhora geral do quadro de saúde e redução do risco de desenvolvimento de tumor, especialmente em relação a pessoa com comportamento sedentário

 

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