Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Página inicial > Área do estudante > Orientações de Saúde
Início do conteúdo da página

Orientações de Saúde - Resfriado Comum

Publicado: Terça, 06 de Agosto de 2024, 09h25 | Última atualização em Quarta, 23 de Abril de 2025, 12h31

Índice de Artigos

RESFRIADO COMUM 

  • Sinais e Sintomas

Depois de um período de incubação de 24 a 72 horas, os sinais e sintomas do resfriado começam com dor de garganta seguida de espirros, rinorreia, obstrução nasal e mal-estar. A temperatura é habitualmente normal, em particular quando o patógeno é um rinovírus ou um coronavírus. Secreções nasais são aquosas e profusas durante os primeiros dias, tornando-se, em seguida, mais mucoides e purulentas. Secreções mucopurulentas não indicam superinfecção bacteriana. A tosse costuma ser leve, mas muitas vezes persiste até a 2ª semana. A maioria dos sintomas decorrentes de resfriados não complicados se resolve dentro de 10 dias.

Resfriados podem exacerbar a asma e a bronquite crônica.

Secreção purulenta ou sintomas significantes do trato respiratório inferior são incomuns na infecção por rinovírus. Sinusite e otite média purulentas podem resultar da própria infecção viral ou de infecção secundária.

  • Diagnóstico

História e exame físico O diagnóstico do resfriado comum geralmente é clínico, sem exames complementares. Considerar exames em pacientes para os quais o conhecimento do patógeno específico afetará o tratamento clínico, como quando a terapia antiviral específica é indicada (p. ex., suspeita de influenza, covid-19 ou VSR).

Rinite alérgica é a consideração mais importante para o diagnóstico diferencial.

  • Tratamento

Tratamento sintomático: O tratamento é de suporte. Antipiréticos e analgésicos podem aliviar a febre ou a dor de garganta. Paracetamol ou Dipirona VO. A obstrução nasal pode ser aliviada com descongestionantes nasais. Pode-se aliviar a rinorreia com anti-histamínicos (difenidramina, clorferinamina) ou brometo de ipratrópio intranasal (2 borrifos da solução a 0,03%, 2 ou 3 vezes ao dia); mas esses medicamentos oferecem benefícios mínimos. Anti-histamínicos de primeira geração com frequência produzem sedação, mas anti-histamínicos de 2ª geração (não sedativos) são ineficazes para tratar o resfriado comum.

Anti-histamínicos e descongestionantes não são recomendados para crianças < 4 anos. Zinco (1), e vitamina C (3) têm sido avaliados como terapias para resfriado comum, mas nenhum tem demonstrado ser claramente benéfico. Embora as pastilhas de zinco possam reduzir a duração dos sintomas do resfriado comum, esse benefício deve ser equilibrado contra os efeitos adversos, especialmente mau gosto e náuseas (1). Vale notar que anosmia permanente com o uso intranasal de zinco é uma preocupação importante (4). Antibióticos não devem ser administrados, a menos que haja evidência de infecção bacteriana secundária.

 

RINITE ALÉRGICA

A rinite alérgica consiste na presença de prurido sazonal ou perene, espirros, rinorreia, congestão nasal e, às vezes, conjuntivite, causados pela exposição a pólen ou outros alérgenos. O diagnóstico é feito pela história de exposição, exame e, às vezes, testes cutâneos. O tratamento de primeira linha é com um corticoide nasal (com ou sem um antihistamínico oral ou nasal) ou com um anti-histamínico oral mais um descongestionante oraL.

- Pacientes com rinite alérgica podem ter tosse, sibilos, cefaleia frontal, sinusite ou, particularmente em crianças com rinite perene, otite média.

- O diagnóstico de rinite alérgica geralmente se baseia na história; testes cutâneos e, às vezes, testes de IgE sérico específicos para alérgenos só são necessários quando os pacientes não respondem ao tratamento empírico.

- Tentar primeiro corticoides intranasais porque eles são o tratamento mais eficaz e têm poucos efeitos sistêmicos.

- Outros tratamentos incluem anti-histamínicos e descongestionantes orais e intranasais; estabilizadores intranasais de mastócitos são menos eficazes.

- Indica-se imunoterapia sublingual de dessensibilização quando os sintomas são graves, os alérgenos não podem ser evitados ou o tratamento medicamentoso é inadequado

  • Prevenção

Evitar fatores desencadeantes

Para alergias perenes, se possível, os gatilhos devem ser removidos ou evitados. As estratégias incluem:

- Remoção de itens que acumulam poeira, como bugigangas, revistas, livros e bichos de pelúcia;

- Utilizar travesseiros de fibra sintética e colchões impermeáveis;

- Lavar frequentemente lençóis, fronhas e cobertores em água quente;

- Limpeza frequente da casa, incluindo tirar o pó, aspirar e lavar jogando água;

- Remover móveis estofados e tapetes ou aspirá-los com frequência;

- Substituir cortinas e persianas por venezianas;

- Exterminar baratas para eliminar a exposição;

- Utilizar desumidificadores em porões e em outros ambientes úmidos e pouco arejados;

- Utilizar aspiradores e filtros de ar de alta eficiência para particulados (HEPA);

- Evitar alimentos ou medicamentos desencadeantes;

- Limitar animais de estimação a ambientes predeterminados ou mantê-los fora de casa;

- Para pessoas com alergias sazonais graves, possivelmente mudar-se para uma área sem o alérgeno.

Se possível, deve-se evitar ou controlar os gatilhos não alérgicos (p. ex., tabagismo, odores fortes, vapores irritantes, temperaturas frias, umidade elevada).

Dessensibilização

Imunoterapia de dessensibilização pode ser mais eficaz para rinite alérgica sazonal do que perene; ela é indicada quando:

- Os sintomas são graves;

- O alergênio não pode ser evitado;

- O tratamento medicamentoso é inadequado.

As primeiras tentativas de dessensibilização devem começar logo depois que a estação de pólen termina de modo a se preparar para a próxima estação; reações adversas aumentam quando a dessensibilização é iniciada durante a estação de pólen porque a imunidade alérgica da pessoa já está estimulada ao máximo.Imunoterapia sublingual utilizando comprimidos sublinguais de pólen de 5 gramíneas pode ser utilizada para tratar rinite alérgica induzida por pólen de gramíneas. Uma alternativa é um comprimido sublingual de extrato de capim timóteo.

Administra-se a primeira dose em um ambiente de cuidados de saúde. Os pacientes devem ser observados por 30 minutos após a administração, pois pode ocorrer anafilaxia. Se a primeira dose é tolerada, os pacientes podem tomar as doses subsequentes em casa. O tratamento começa 4 meses antes do início de cada estação de pólen de gramíneas e mantido durante toda a estação.

Pode-se utilizar imunoterapia sublingual de pólen de Ambrosia artemisiifolia ou extratos de alergênios de ácaros para tratar a rinite alérgica induzida por esses alergênios. Pacientes que tomam imunoterapia em casa contra rinite alérgica devem levar uma seringa pré-cheia de adrenalina autoinjetável para utilizar em caso de reação anafilática.

 

Fim do conteúdo da página