Orientações de Saúde - Dengue
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DENGUE
A dengue é uma doença infecciosa viral que faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que representa um grande problema de saúde pública não apenas no Brasil, mas em vários países da América Latina. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.
Qualquer pessoa pode ser contaminada?
Pessoas de qualquer idade podem se contaminar, porém, as mulheres grávidas, pessoas com mais de 65 anos, indivíduos com doenças crônicas (como diabetes e hipertensão) e crianças até dois anos têm risco aumentado de desenvolverem a forma mais grave da doença e até mesmo outras complicações.
Importante ressaltar que o mesmo mosquito da dengue também pode causar outras arboviroses, como Chikungunya e Zika. Por isso, é tão importante o diagnóstico correto em uma unidade de saúde.
Como ocorre a transmissão?
O vírus é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, um mosquito urbano e diurno que se reproduz principalmente em depósitos de água limpa e parada. O vírus possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue é extremamente rara.
Quais são os sintomas?
Nem sempre a pessoa contaminada com a dengue desenvolverá sintomas – ela pode ser totalmente assintomática ou apresentar um quadro leve.
Se a pessoa apresentar febre alta repentina (acima de 38ºC, podendo variar entre 39ºC e 40ºC) acompanhada de pelo menos dois desses sintomas abaixo, deve procurar um serviço de saúde para diagnóstico:
Dor de cabeça intensa
Dor atrás dos olhos
Dor no corpo
Dor nas articulações ou nos músculos
Prostração
Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. Mas atenção: se após o declínio da febre (entre o 3º e 7º dias do início da doença), outros sinais continuarem presentes, é preciso buscar novamente o serviço de saúde porque eles podem indicar a evolução para uma forma grave da doença e a piora do quadro apresentando os seguintes sinais e sintomas:
Dor abdominal intensa e contínua
Náusea e vômitos persistentes
Manchas vermelhas pelo corpo (hemorragias)
Acúmulo de líquido nas cavidades corporais
Sangramento de mucosas
Letargia e irritabilidade
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da dengue é basicamente clínico, com base nas manifestações clínicas apresentadas pelo paciente.
E Como é feito o diagnóstico laboratorial?
O diagnóstico laboratorial das infecções pelo vírus de dengue pode ser feito por meio de pesquisa de antígenos e anticorpos, detecção de genoma viral. No entanto, o diagnóstico correto com identificação específica do tipo do vírus é feito somente em laboratórios públicos especializados – são eles que conseguem identificar os principais sorotipos do vírus que estão circulando (Na Bahia, o LACEN é a referência diagnóstica).
Para o diagnóstico ideal a coleta do exame deve ser realizada até cinco (05) dias do início dos sintomas.
Qual o tratamento?
Não existe um medicamento específico para o vírus da dengue – o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos e no controle de sintomas. Por isso é recomendado:
Repouso enquanto durar a febre
Ingestão de líquidos
Uso de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre
Interrupção do uso de AAS (ácido acetil salicílico) e de antiinflamatórios não hormonais (como diclofenaco, ibuprofeno, etc) a fim de reduzir o risco de sangramentos
Retorno ao serviço de saúde em caso de pioras dos sintomas ou conforme orientação profissional
Em geral, como a maioria dos casos serão leves, a recuperação completa acontece em torno de 10 dias.
Existe vacina?
Sim. A vacina Qdenga, que protege contra os quatro sorotipos da dengue, foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no início de 2023. Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) e o imunizante passará a integrar o Calendário Nacional de Vacinação em 2024 – esse imunizante requer a aplicação de duas doses. No momento está disponível para pessoas de 10 a 14 anos, conforme a lista de município elegíveis definido pelo MS.
Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde. Esta vacina também está disponível nos Centros de Imunização da rede privada.
O Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue que até o momento apresenta resultados promissores – os resultados do estudo clínico com 16.235 voluntários apontaram uma eficácia de 79,6% com uma única dose do imunizante, o que é uma vantagem. A expectativa é apresentar os dados para pedido de registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no segundo semestre de 2024.
Existe outra maneira de prevenir?
Sim. Uma das formas de evitar a transmissão é o controle do mosquito vetor da doença —evitando deixar água parada em recipientes, pneus, vasos, calhas. Essa prevenção acontece por meio de ações dos órgãos públicos por meio de campanhas de orientação e visitas dos agentes de saúde às casas em busca de criadouros e por meio das ações pessoais.
É importante entender que adotar medidas de controle ao vetor é essencial para reduzir a transmissão do vírus.
Quando a epidemia se instala, ela segue seu curso e as ações de controle vetorial mostram pouca ou nenhuma efetividade.
A vacinação é mais uma ferramenta na busca pelo controle da doença, que continua causando epidemia no Brasil.
Posso ter dengue várias vezes?
Sim. Como existem 4 sorotipos diferentes da doença, uma pessoa pode se contaminar até quatro vezes ao longo da vida – cada vez por um dos sorotipos. A recuperação da infeção por um sorotipo proporciona imunidade vitalícia apenas contra ele.
Ao ser contaminada novamente por qualquer um dos outros sorotipos da dengue, o risco de desenvolver as formas graves da doença aumenta.
A doença acontece o ano inteiro?
A dengue é uma doença sazonal – costuma acontecer nos períodos mais quentes e chuvosos (especialmente entre os meses de outubro e maio). No entanto, aspectos como a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor e da doença o ano inteiro.
Importância de cada um fazer a sua parte
O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam garantir as ações de controle vetorial realizadas pelo Agente de Combata às Endemias- ACE (visitas domiciliares e trabalhos em pontos estratégicos) e intensificar as ações da atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença. Um detalhe é que 80% dos focos estão dentro das residências.
Quais as ações do Governo do Estado?
A resposta do governo estadual à dengue inclui a distribuição de aproximadamente 12 mil kits para os agentes de Combate às Endemias, apoio para intensificação dos mutirões de limpeza com o auxílio das forças de segurança e emergência, além do apoio para ampliação do uso de bombas costais em diversas cidades e aquisição de novos carros de Ultra Baixo Volume (UBV), também conhecidos como fumacês.
Fonte: Governo do Estado do Espírito Santo
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