Orientações de Saúde - Resfriados e Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS)
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As infecções de vias aéreas superiores (IVAS) são extremamente comuns, no geral possuem etiologia viral e são autolimitados mas representam um dos principais motivos na prescrição desnecessária de antibióticos.
Definições
Resfriado – É causado por um vírus, na maioria das vezes Rinovírus, os sintomas presentes podem costumam ser leves, como obstrução nasal, rinorreia (corrimento nasal), dor na garganta, febre baixa, tosse seca e mal-estar.
Gripe – Infecção causada pelo vírus Influenza, este patógeno possui um comportamento sazonal, preferindo o inverno. São altamente mutáveis, e por isso ocorre as epidemias e surtos. Inicia-se com febre alta, tosse seca, dor de garganta, acompanhado de mialgia (dor muscular), cefaleia e artralgia (dor nas juntas). Os sintomas costuma durar 7 dias, e a febre desaparecendo no terceiro dia.
Laringite – A inflamação da mucosa da laringe, recebe o nome de laringite e cursa com disfonia (rouquidão), é causada por etiologia viral, podendo ser o vírus da Gripe, Rinovírus, Caxumba ou Sarampo. Os sintomas associados dependem da etiologia, quando causado pelo vírus do resfriado comum, obstrução nasal, rinorreia e dor na garganta são relatados pelo paciente.
Rinite – A rinite é a inflamação da mucosa nasal, costuma ser de etiologia alérgica e clinicamente se apresenta com rinorreia, obstrução nasal e pode estar associado a asma e dermatite atópica.
Sinusite – Definido como obstrução do óstio de drenagem dos seios faciais. Frequentemente cursa com tosse produtiva ou não, sensação de aperto na região frontal da cabeça, dor a palpação dos seios faciais e presença ou ausência de febre. Tendo como grande parte das vezes causa viral, sendo desnecessário o uso de antibióticos.
Diagnóstico de resfriado comum
•Início gradual com evolução autolimitada, podendo durar de 3 a 7 dias;
•Febre baixa e intermitente;
•Presença de obstrução nasal, coriza, espirros;
•Dor na garganta e/ou rouquidão;
•Tosse seca inicialmente depois produtiva;
•Perda de apetite;
•Mal-estar geral, indisposição.
Conduta
No geral, as IVAS são autolimitadas, são utilizados medicamentos sintomáticos para amenizar o impacto no dia a dia do paciente. Comumente se utiliza analgésicos simples como dipirona ou paracetamol, associado a anti-inflamatórios não esteroides ou glicocorticoides, podendo ser atribuído anti-histamínicos se histórico alérgico, descongestionantes nasais, antitussígeno e até mesmo o mel.
As medidas não farmacológicas são extremamente importantes, cessar tabagismo (passivo ou ativo), evitar contato com potenciais alérgicos (pelo de animais, poeira, pólen) e manter uma boa alimentação. O tratamento com antibiótico não é utilizado de forma empírica na rotina, critérios da mudança do padrão da secreção nasofaringea não são parâmetros para a utilização de antibiótico.
No caso da Gripe, o Ministério da Saúde recomenda tratamento com antiviral (Oseltamivir) para pacientes que possuírem fatores de risco, citamos como exemplo os imunossuprimidos, gestantes, crianças menores ou iguais a 2 anos, idosos maiores ou iguais a 60 anos, pacientes com nefropatias ou hepatopatias.
A vitamina C e o zinco não são utilizados no plano terapêutico, evidências de que o uso suplementar reduza a incidência de IVAS não está comprovado. Com relação a vitamina D, há estudos conflituosos a respeito do tempo de duração da sintomatologia nas IVAS, sendo o uso não recomendado.
O exercício físico e uma boa alimentação são essencial para funcionamento adequado e efetivo do sistema imune.
Ações preventivas
Por fim, a atenção básica tem como papel a prevenção primária, com a educação em saúde e proteção específica, deste modo, ações educacionais como lavagem de mãos, cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar contato, não compartilhar objetos de uso pessoal e uso de máscara facial, são eficazes na redução da transmissibilidade dos agentes etiológicos.
A vacinação também é eficaz na prevenção das infecções, no Sistema Único de Saúde as vacinas recomendadas no calendário vacinal são a vacina contra o vírus Influenza, contra o Haemophilus influenzae do tipo B, e tríplice bacteriana.
Referências
Cadernos de Atenção Básica
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_demanda_espontanea_queixas_comun_cab28v2.pdf
Guideline IVAS – Guideline IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores
https://www.aborlccf.org.br/imageBank/guidelines_completo_07.pdf
Tratado de medicina da família e comunidade – Gustavo Gusso, José M. C. Lopes, Lêda C. Dias – 2ª edição, volume 2, capítulo 154.
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